O desenvolvimento deste Projeto Integrado de Educação Patrimonial (PIEP) surgiu levando em consideração as determinações e recomendações das autoridades governamentais e de saúde referentes à Pandemia da COVID-19, sendo caracterizado por ações presenciais e, sobretudo, atividades a distância, construindo processos educativos em colaboração, via plataformas de videoconferência, com gestores e educadores dos referidos municípios.
LT JERUSALÉM
Os estudos arqueológicos são parte do processo de licenciamento ambiental da Linha de Transmissão, que percorrerá os municípios de Pedro Avelino, Lajes e Pedra Preta, no Rio Grande do Norte, e são executados para proteger o patrimônio cultural arqueológico local de possíveis impactos e danos que possam sofrer durante as futuras obras.
O Estado possui inúmeros sítios arqueológicos pré-históricos - cemitérios, dunares e pinturas e gravuras (itacoatiaras) rupestres - e históricos conhecidos e já cadastrados no IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico brasileiro.
Há também registrados sítios arqueológicos com indícios de ocupações de grupos caçadores-coletores, que se alimentavam da caça, pesca e coleta de frutos, raízes e mel e se estabeleciam, de maneira efêmera, em abrigos rochosos e próximo a furnas e riachos, que podem chegar a 10.000 anos atrás; em datas um pouco mais recentes, entre 6.000 e 1.500 anos, de povos sambaquieiros, no litoral, que viviam da caça, pesca e coleta de mariscos; e, por volta de 2.000 anos, de populações horticultoras-ceramistas, mais numerosas e assentadas em aldeias, muitas vezes sazonais, e que cultivavam mandioca e milho.
No Projeto, foram estudados 7 sítios arqueológicos, além da ocorrência de material lítico lascado em superfície, que demonstra a riqueza e o potencial arqueológico da região.
A participação da comunidade
O início do desenvolvimento do PIEP acompanhou o agravamento da Pandemia COVID-19, exigindo da equipe adequações às condições impostas pelo recrudescimento das medidas restritivas de isolamento e distanciamento social, e a programação dos workshops com as respectivas equipes gestoras de cada uma das Secretarias Municipais de Educação da região.
Desse modo, ambas as partes passaram por processos de adaptação e preparação para encontros pedagógicos à distância, o que resultou em atividades como o workshop em Pedro Avelino que, preparado em parceria com a pasta de Educação do município, foi transformado na live Jornada Pedagógica 2021 – Pedro Avelino - RN, com a participação de mais de 400 de seus educadores.
Gravado, durante o programa, o workshop foi disponibilizado no seu ambiente virtual, para acesso também de Lajes e Pedra Preta - RN.
Live Jornada Pedagógica 2021 – Pedro Avelino - RN
Os primeiros materiais e recursos educativos e informativos previstos também foram preparados nessa fase. Um desses materiais foi elaborado para difusão via grupos de WhatsApp e outros canais de comunicação das Secretarias Municipais de Educação e das suas escolas da rede com suas respectivas comunidades.
Por que o patrimônio cultural é tão importante?
Arqueologia Projeto Linha de Transmissão 500 kV Jerusalém – Monte Verde.
O informativo, na versão impressa e digital, apresenta a conceituação de Arqueologia, de patrimônio cultural e de sítio arqueológico, fala dos estudos arqueológicos como parte do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos, com o objetivo de proteger o patrimônio cultural arqueológico local de possíveis impactos e danos, e explica os métodos da pesquisa. Menciona os inúmeros sítios arqueológicos pré-históricos – cemitérios, dunares e pinturas e gravuras (itacoatiaras) rupestres – e históricos conhecidos na região e já cadastrados no IPHAN, e aqueles identificados e registrados pelo projeto:
Para cada público delineado e definido foi programado e executado, em colaboração com os interlocutores e parceiros do programa e que participaram das atividades da primeira etapa, um conjunto de atividades apropriadas, com conteúdos, metodologias, estratégias e recursos pedagógicos específicos, que partiram do pressuposto de que os educadores, os gestores públicos locais, as lideranças e representantes comunitários e detentores de bens culturais podem problematizar, debater e discutir ideias e conceber projetos que envolvam a formação do cidadão rumo à construção de uma sociedade mais participativa, democrática e solidária e, dessa forma, colaborar, sobremaneira, para com os processos de sensibilização e fortalecimento da corresponsabilidade no cuidado e na preservação de bens culturais locais, regionais e nacionais (ANJOS, 2016).
O GT Cordel Cruz Milagrosa foi uma dessas atividades, surgindo a partir do encontro virtual com educadores do Centro de Escolas Rurais sendo composto pelos professores, Henrique Rainie Silva e Kátia Valéria (Francisco das Chagas da Silva), que passaram a trabalhar, nas suas respectivas escolas e com suas turmas de alunos, a poesia de cordel sobre a mencionada Cruz Milagrosa – bem cultural também acautelado pelo IPHAN
A Cruz Milagrosa, ao lado do Serrote da Arábia, com pinturas rupestres, junto ao leito do Rio Gaspar Lopes, e da Ponte de Igapó, com 102 anos, integram o projeto turístico do município.
Galeria de fotos

Arqueólogo caminhando pela área do Programa, em busca de vestígios, marcas ou sinais da presença de antigos povos.

Arqueólogo identificando material arqueológico em superfície, durante o caminhamento.

Arqueólogo identificando material arqueológico em superfície, durante o caminhamento.

Identificação de vestígio arqueológico em superfície pelo arqueólogo. Ele observa possíveis sinais de lascamento feitos por grupos de caçadores-coletores nômades.

Auxiliares de campo abrindo uma quadra arqueológica (unidade de escavação), com o peneiramento do solo, em local onde foi evidenciado vestígio de povos antigos.

Quadra arqueológica aberta para estudo, em local de aparecimento de vestígio arqueológico, após a retirada e peneiramento de solo de superfície, com o registro da face norte, em bússola.

Unidade de escavação sendo aberta pelos auxiliares da equipe de campo durante os estudos executados pelo Projeto.

Arqueólogo observa vestígios identificados no peneiramento do solo extraído de uma unidade de escavação.

Quadra arqueológica aberta, com a exposição das paredes (estratigrafia) para estudo e registro da face norte, em bússola. Detalhe da estratigrafia do solo.Dda ee
Artefatos líticos (lascas e furadores) fotografados com escala e limpos e separados para análise em laboratório.
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Trabalho em conjunto
Além da comunidade local, os colaboradores presentes no projeto também participaram de atividades, por meio de treinamentos e trocas de conhecimento sobre a importância da preservação do patrimônio cultural local.
Uma dessas atividades foi a realização de uma exposição no canteiro de obras do projeto.
Do Programa Educativo Conversando sobre o Meu Patrimônio e criada para veiculação via Whatsapp, a versão em vídeo da Mostra Educativa Os Primeiros Habitantes relaciona os achados arqueológicos do Projeto com os povos
caçadores-coletores nômades que viveram na região, há milhares de anos.
Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico
Programa Integrado de Educação Patrimonial
Projeto Linha de Transmissão 500kv Jerusalém – Monte Verde
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