Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico
Programa Integrado de Educação Patrimonial
ARQUEOLOGIA NA ANTIGA FAZENDA SERRINHA, MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA – SP

Pesquisas arqueológicas estão sendo desenvolvidas na área da Fazenda Serrinha, antiga Florianópolis, no município de Jaguariúna – SP, no contexto dos estudos ambientais para um futuro loteamento.
A Sede da Fazenda será preservada, um importante remanescente do período colonial brasileiro, situada a meia encosta, próxima ao rio Jaguari, com sua técnica de taipa de pilão, interligada às origens, à história e ao desenvolvimento do município de Jaguariúna, registrada como Sítio Arqueológico Histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e em processo de tombamento pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de São Paulo.
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O casarão atua como um mirante, com vistas para os equipamentos e a produção da fazenda. O terreiro recebia o café lavado e selecionado para a secagem dos grãos. A tulha lateral armazenava as sacas que eram transportadas no lombo das mulas e, posteriormente, pela ferrovia.
Na topografia plana que circundava a sede, distribuíam-se as linhas verdes dos cafezais, a tulha, o terreiro, o tanque de lavagem, o curral e as possíveis senzalas.
O aspecto mais relevante deste importante exemplar do ciclo cafeeiro na região é sua aparente simplicidade, com poucas modificações ou acréscimos, comum em outros exemplares, produtos de modificações na sociedade local, com o maior acesso a produtos e serviços, o que retira de outras sedes rurais os seus traços de origem: o que foi preservado na Fazenda Serrinha. Ao lado dos ornamentos de fachada e da sua imponência na paisagem, observa-se uma casa com poucas modificações, como um terraço edificado em um dos quartos, na lateral. Uma verdadeira capsula do tempo preservada em sua integridade.
Algumas reformas ocorreram em seu interior, com uma extensão construída na área de serviços, com a instalação de uma cozinha, além dos banheiros, com suas tubulações e torneiras.
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Pela perspectiva da arquitetura, por ser um edifício isolado, em topo de colina, agrega um valor visual indiscutível, possibilitando uma visão em perspectiva, que alonga suas linhas construtivas e oferece solenidade e homogeneidade ao conjunto construtivo, agregado pelo alpendre frontal e seu jardim com palmeiras na parte frontal e lateral.
Assentado sobre pedras e construído em taipa de pilão, com suas grossas paredes e amplo porão, a tulha e seus equipamentos complementares agregam-se ao projeto da casa sede, formando um conjunto bastante harmonioso, além do jardim lateral, o terreiro, a tulha, o tanque de lavagem, a pequena gruta, ambiente de oração e pomar.
Destaca-se que a casa apresenta características de singeleza e simplicidade, não adquirindo as benesses da proximidade e facilidade de comunicação entre o rural e o urbano, nem o aspecto de uma casa “burguesa”. Ela se caracteriza mais como uma unidade produtiva, com algumas poucas modificações, como a inserção do alpendre lateral e frontal, da gruta, jardim privativo e extensão da cozinha.
A Casa, aparentemente, ao contrário de outras sedes rurais contemporâneas, não possui conquistas de conforto ou decoração comuns para outras sedes rurais da região. Também não foi observado a presença de pinturas decorativas nas paredes com paisagens bucólicas – na entrada - e medalhões e grandes painéis florais, com pássaros, guirlandas e naturezas-mortas, na sala de jantar, comuns neste tipo de residência.
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Foi diante de todo este contexto que os arqueólogos iniciaram estudos de campo na região da Fazenda Serrinha, com o objetivo de aprofundar o seu conhecimento sobre a área e mensurar possíveis impactos ao patrimônio arqueológico que podem ser causados pelas modificações planejadas para a região estudada.
Os estudos arqueológicos executados na área da antiga Fazenda Serrinha envolveram a leitura de textos, pesquisas e livros, a consulta de bancos de dados públicos e científicos sobre a região, área e local, de documentos, bem como a análise de mapas, plantas, imagens aéreas, desenhos e antigas fotos.
Todo esse trabalho preliminar, foi complementado por pesquisas em campo, com a observação da paisagem, topografia, por meio de caminhamentos e abertura de sondagens (poços teste), com o peneiramento e análise de solo.
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O Professor Tomás de Aquino Pires é Coordenador da Casa de Memória de Jaguariúna Memorial Padre Gomes.
Idealizador do Memorial, é pedagogo, pós-graduado em Linguística, com longa atuação na educação como professor, diretor, supervisor de ensino e professor universitário.
Viveu na Fazenda Serrinha, antiga Florianópolis, por toda a sua infância.
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ARQUEOLOGIA NA ANTIGA FAZENDA SERRINHA, MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA – SP